sábado, 28 de março de 2015

A melhor parte da minha estante

Olá gente! Faz pouco tempo virei o Estante Virtual do avesso para conseguir encontrar duas edições brasileiras de Jane Eyre e O Morro dos Ventos Uivantes que eu considero primorosas.  A primeira é a edição da editora Paz e Terra, e na capa temos Charlotte Gainsbourg e William Hurt. Já possuía o meu exemplar de Jane Eyre da Bestbolso, mas essa é minha capa do coração. Não sei porque, mas é quase mágico a sensação que tenho de olhar pra ela! A versão de 1996 não é minha favorita, mas essa capa é. Deve ser porque a primeira vez que li o livro foi por essa edição, emprestada da biblioteca da escola. Enfim, encontrei preços absurdos, de 120,00, 160,00 e até 300,00, o que me desanimou no começo. Por sorte encontrei o livro por 20,00 (sebos são demais!). Pensei que, por ser um livro antigo e usado, estaria um pouco desgastado. Qual não foi minha surpresa quando ele chegou novíssimo! Fiquei muito feliz, amo essa tradução.





O Morro dos Ventos Uivantes também foi outra grata surpresa. A edição da editora Landy é raríssima de se encontrar, e é um primor! Há muitas informações sobre o contexto histórico, resenhas, ordem cronológica, e além de na minha opinião, ter a capa mais bela de todas as edições brasileiras. Trata-se da pintura Viajante sobre o mar de névoa de Caspar David. Paguei 25,00 e não poderia estar mais satisfeita.



Bom gente, é isso. E aí, qual é a edição preferida de vocês?


quarta-feira, 4 de março de 2015

The Autobiography of Jane Eyre

Quando procurava algum vídeo de Jane Eyre no Youtube às vezes me deparava com "The Autobiography of Jane Eyre", mas tirando umas duas vezes em que cliquei, não me interessei muito. Eis que encontro vários episódios legendados e fui dar uma conferida. E não é que achei interessante? Não sou muito fã deste tipo de formato, mas achei muito legal a ideia. Vou deixar alguns vídeos para vocês. 




"A Inquilina de Wildfell Hall" Editora Pedrazul

Já estava ciente de que a Editora Pedrazul lançaria A Inquilina neste ano, mas não imaginava que a capa seria tão bela! Minha experiência com "Villette" foi maravilhosa e com certeza vou garantir meu exemplar (e que exemplar!) da história de Anne! Adoro o carinho com que a editora prepara as edições, é um deleite para as fãs das Brontë. Vejam que bela capa, o lançamento é dia 1º de Maio.


Sinopse
Gilbert Markham, um jovem cavalheiro agricultor, fica imediatamente interessado quando uma estranha inquilina se muda para Wildfell Hall. Mrs. Graham é jovem e bonita e sua demanda por reclusão desperta grande curiosidade entre a nobreza local. Em sua primeira visita a Wildfell Hall, Gilbert descobre que Helen é uma pintora de grande capacidade e desconfia que ela está escondendo seu paradeiro de alguém. Seu ar de segredo desperta sua curiosidade e sua simpatia. Evitando as atenções de Eliza Millward, filha do Vigário-geral, para a qual ele até então mostrou uma preferência, Mr. Markham gasta muito do seu tempo na companhia da jovem viúva. Seus amigos, contudo, tentam desencorajar suas atenções, pois há rumores de que ela está tendo um caso com Frederick Lawrence, seu senhorio. Depois que o vigário, Mr. Millward, acusa a viúva de conduta imprópria, Gilbert a visita, e ganha uma promessa de que ela irá revelar seu segredo. Mais tarde naquela noite, no entanto, ele ouve Mrs. Graham em uma discussão misteriosa com seu senhorio que o leva a suspeitar que os rumores sobre eles são verdadeiros. Um romance epistolar, cujo diário conta a história de Helen Graham nos últimos seis anos a partir de 1821.


domingo, 1 de março de 2015

"Villette" Charlotte Brontë

Enfim, após alguns meses guardando uns trocadinhos, consegui adquirir o belo exemplar de "Villette" pela Editora Pedrazul. Logo após terminar de ler "Jane Eyre" e me apaixonar pela escrita de Charlotte fui atrás de outros livros da autora, porém na época "Villette", que é considerado por muitos a obra-prima de Charlotte ainda não havia sido publicado aqui, nem pela editora Pedrazul nem nunca por outra. "Shirley", se não me engano, só possui uma edição brasileira, datada de muito tempo atrás e não consegui encontrar, e "O Professor", que foi publicado aqui no Brasil com maior cuidado, também não. Qual não foi minha decepção! E qual não foi minha alegria quando vi que "Shirley" e "Villette" foram lançados com tanto capricho pela editora Pedrazul. Gostaria muito que "O Professor" e "Jane Eyre" também ganhassem edições tão belas! Comecei a ler "Villette" ontem e não consigo mais largar, como aconteceu com "Jane Eyre". Daqui a poucos dias vou resenhar o livro. Beijos.


sábado, 14 de fevereiro de 2015

Jane Eyre Editora Pongetti 1958

Fui dar uma volta na biblioteca da faculdade e em "Literatura Inglesa" me deparei com esta versão de Jane Eyre da Editora Pongetti. A tradução é bem antiga, mas como gosto de livros com cara de "antigões" estou amando ler este exemplar (na verdade eu gosto de Jane em qualquer exemplar). Se não me engano é uma das mais antigas traduções que tivemos aqui no Brasil. Vou aproveitar a leitura do meu livro preferido pela...bom, nem sei quantas vezes já o li.




Estou devendo a resenha da adaptação de Jane Eyre 1997, mas já vou providenciar. Beijos e boas leituras!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Resenha: A Inquilina de Wildfell Hall (1996)

O cuidado especial que a BBC tem em relação ao clássicos é um deleite para os fãs e isso se comprova com a beleza da série "The Tenant of Wildfell Hall" inspirada na novela homônima de Anne Brontë. Como sempre, os cenários e figurinos são impecáveis, e pelo formato em minissérie há uma fidelidade digna da obra original. Tara Fitzgerald, Toby Stephens e Rupert Graves ocupam os papéis principais.

Toby e Tara

A história já começa com Helen fugindo e a primeira parte da série foca em sua estadia em Wildfell Hall. Há o começo do romance entre Gilbert e Helen e a reprovação dos moradores locais, que não concordavam com o modo de vida da personagem. Tara está brilhante no papel e mostra-se fria e recatada. Há alguns flashbacks que dão a entender alguns aspectos da educação que Helen dá a seu filho, o que achei muito interessante e o garotinho que interpreta o pequeno Arthur é uma graça. Destaque para os cenários dessa parte, que são maravilhosos. 
Acredito que essa parte do romance seja ponto chave para o caráter e a força de Helen. Sua iniciativa de fugir do marido lascivo para uma mulher daquela época é no mínimo surpreendente. 


Já na segunda parte da série começamos a tomar conhecimento dos antecedentes que levaram Helen à Wildfell Hall. A série manteve mais ou menos a linha cronológica do livro, já que ele começa com o ponto de vista de Gilbert e a estadia de Helen e depois ficamos sabendo de seu casamento frustado com Arthur. Vejo Helen como uma mulher madura para a idade que se casa por amor e mesmo sabendo da reputação duvidosa do noivo, acredita que possa mudá-lo. Há um teor sensual que não está tão presente no livro (vide quando foi lançado) que envolve algumas cenas. O marido lascivo e viciado em ácool da personagem foi muito bem interpretado por Rupert, um homem detestável em vários aspectos mas sedutor. Gostei muito dessa parte pois deixa claro o que muitas mulheres dos séculos passados tiveram que suportar por conta de um mau casamento, e como vivam à sombra dos maridos, eram condenadas a uma vida horrível por conta de dogmas religiosos e sociais. Por isso gosto tanto da personagem de Anne Brontë, pois ela vai contra as convenções, e por conta de seu filho que sofria uma terrível influência do pai, decide partir. No livro há um grande teor religioso, o que não acontece na série.


Toby Stephens está muito bem na pele de Mr. Markham, assim como seu Rochester é o meu preferido. Acredito que o ator amadureceu em sua atuação (afinal são 10 anos de diferença), mas ele está primoroso como o apaixonado Gilbert.


Como já deixei claro em outros posts, sempre me atento a trilha sonora da produção, e essa adaptação não deixa a desejar: o tema principal é maravilhoso. 

                                                   

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Resenha: Jane Eyre (2011)

A versão de 2011 é a mais recente versão cinematográfica de "Jane Eyre", e conta com Michael Fassbender e Mia Wasikowska nos papéis principais.

Mia e Michael - uma das cenas mais bonitas do filme

A versão mais antiga de "Jane Eyre" que assisti foi a de 1934, e de lá pra cá, quanta diferença! Alta qualidade é o que há. A fotografia do filme é belíssima, os cenários impecáveis e o diretor usou muito os ambientes à luz de velas, o que deu aquele ar meio gótico, misterioso que a história pede.
A idade dos atores segue mais ou menos a linha do livro, o que é uma ponto positivo.já que Jane era muito jovem quando foi para Thornfield Hall e essa peculiaridade não pode ser descartada (vide Jane Eyre 1970).
Mia nos entrega uma Jane extremamente quieta. Isso me causou certa estranheza, mas analisando bem, acredito que sua atuação foi primorosa. Creio que a estranheza inicial se deve ao fato de que quando lemos o livro, temos contato com todos os sentimentos, pensamentos e ações da personagem, o que pode dar a impressão que ela fala sempre. Só pela expressão facial ela consegue transpor os conflitos internos de Jane, o que é muito interessante. Sua atuação diverge de outras que já assisti, como Ruth Wilson e Zelah Clarke (havia momentos em que a Jane de Zelah tinha uma explosão de sentimentos, outros em que era recatada).

Adoro as expressões faciais e o olhar profundo da personagem

Edward Rochester é um dos meus personagens literários preferidos então sempre me atento a atuação do ator e também há a questão física, que para mim é importante: Rochester possui cabelos negros, sobrancelhas espessas e é feio. Michael não é, nem de longe, um homem feio. Tanto que em uma das cenas do filme, quando Jane diz à ele que não o acha bonito, soa cômico (aliás Mia é belíssima, uma boneca - mas ela compensa isso). Michael fez um Rochester peculiar, e gostei muito de sua atuação. Mesmo sendo muito bonito para o papel, ele compensou isso com uma rudeza especial. As primeiras conversações entre Jane e ele foram muito belas (o cenário à luz de velas foi encantador), e ele deixa claro alguns aspectos da personalidade de Rochester. Como o formato cinematográfico possui menos tempo, o personagem não foi cem por cento trabalhado, mas no limite do filme a interpretação foi muito boa.
Muito feio

Há algumas omissões que eu não aprovei, como a origem de Adéle, que foi ignorada e é uma parte importante pois é por ela que Jane vai à Thornfield. De resto, algumas passagens são bem rápidas e Grace Poole não é presença constante, o que pode ocasionar uma má interpretação do conflito que envolve Bertha ao público que não leu o livro.
Minha cena preferida, a do casamento, foi um dos ápices do filme: um cenário lindo e aqueles sentimentos à flor da pele que os fãs já estão acostumados. É sempre muito interessante comparar essa cena nos filmes, já que cada atriz apresenta uma reação diferente: Zelah me pareceu muito calma (?), Charlotte fria, Ruth muito emocionada (foi minha cena preferida) e Mia um pouco indignada e incrédula no começo (adorei!). A atuação do ator que interpreta Rochester também é muito importante (gente essa cena é incrível!) e Michael fez bem seu papel.
O ponto alto da atuação de Mia foi após o pedido de casamento, em cenas belíssimas em que ela soube demonstrar muito bem alguns momentos de insegurança de Jane.




Após o casamento frustado, há a cena que também aguardo muito e que se não descartada, é muito mal explorada, quando Jane decide partir: foi a melhor até agora, incrível, incrível.


O filme é um flashback então já começa quando Jane fugiu e suas lembranças retornam. A infância da personagem é bem rápida mas digna, a atriz que interpretou Jane quando pequena é muito boa (Amelia Clarkson), e Helens Burns também foi bem interpretada. Destaque para St. John Rivers, Jamie Bell está incrível e mantém aquela personalidade fria do personagem.


Essa versão foi a primeira que assisti logo após terminar de ler o livro, então tenho um carinho por ela.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes (1970)

ATENÇÃO: HÁ SPOILERS

Eu tento entender algumas coisas nesse filme que para mim não fazem sentido algum. A maioria das adaptações mantém o enredo: Heathcliff, um garoto com origem cigana é trazido à casa da família Eanrshaw se apaixona por Cathy e tem o ódio do irmão mais velho, Hindley. Assim, quando o pai morre, Hindley transforma Heathcliff em um criado e Cathy se casa com Edgar Linton. Anos depois ele volta e Cathy morre. Ok, foi um péssimo resumo, mas é o pontapé inicial para todos os conflitos dos personagens. Nessa versão, alguns pontos simplesmente não compreendi. Primeiro, Nelly possui sentimentos por Hindley (eu sei que Nelly possui um carinho por Hindley, ambos cresceram juntos, mas não sentimentos amorosos, pelo menos eu nunca percebi nas quatro vezes que li o livro). É verdade que em algumas adaptações Hareton nem existe, mas nessa só ficamos sabendo que ele morreu (?) ainda pequeno quando Heathcliff volta, por uma fala de Hindley.
Timothy é um Heathcliff digno, mas na primeira parte da história quase mal ouvi sua voz. Para mim a melhor parte de sua atuação é quando ele volta, uma mudança bem perceptível. Timothy também fez outro personagem bronteano, Mr Rochester, e devo admitir que gostei mais de Heath, mesmo que ainda falte um pouco de paixão, maldade, ironia e um sarcasmo cruel (vide Tom Hardy), não há aquele entonação de voz estranha.


 A versão possui aquele erro que também vi na versão de 1939, quando Heath bate em Cathy...acaba com tudo! E também há aquela agarração nas charnecas, após Heathcliff voltar...o que foi aquilo? (esse é um grande erro, pois dá a entender que o filho pode vir a ser de Heathcliff e não de Edgar). A cena da briga entre Linton e ele, quando este sai pela casa assustando todo mundo e as criadas saem correndo foi cômica, apesar de eu acreditar que era para ser meio assustadora.
No entanto algumas partes me agradaram, como a doença de Cathy quando Heathcliff parte: foi a primeira versão que assisti em que essa parte foi explorada, na versão de 2009 ela nem aparece. Foi a primeira versão que assisti também que em muitas vezes me peguei gostando mais de Linton do que de Heathcliff!

Edgar Linton

A atuação de Anna Calder-Marshall é um caso a parte, sabe quando falta algo? Gosto muito da Cathy de Binoche (O Morro, 1992), ela tem aquele ar selvagem que não encontrei em Anna, mas em algumas partes ela deixa bem claro o egoísmo de Cathy, como quando diz à Nelly que irá se fingir de doente. Suas cenas com Nelly, salvo o começo, são bem trabalhadas, e na parte da em que Cathy adoece e Heathcliff foge com Isabella, é bem fiel ao livro.

Nelly

A segunda geração de personagens é completamente ignorada, o que não é novidade, já que muitas versões também omitem essa passagem.
O final é um problema, já que dá a entender que Heathcliff morre logo após Cathy, e não quase vinte anos após. Salvo esse erro (e Hindley matá-lo), gostei das visões de Cathy pelas charnecas, e a última cena, em que os dois correm pelo morro muito bonita. 
Não é a melhor versão, logicamente, mas tem suas partes boas e ruins. Algumas mudanças no roteiro para mim foram imperdoáveis, mas de modo geral, para quem é fã, vale a pena.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes (1939)

Vamos falar de clássicos. A versão de "O Morro dos Ventos Uivantes" de 1939 é uma das primeiras que tive conhecimento, justamente por ser bem conhecida e contar com Laurence Olivier e Merle Oberon nos papéis principais. O filme (logicamente) ainda é em preto e branco e possui todo aquele clima hollywoodiano da época, com músicas bem dramáticas e caras e bocas no mesmo estilo. A versão abrange somente a primeira geração de personagens, focando nos conflitos de Cathy e Heathcliff.

Laurence Olivier e Merle Oberon

Quando você começa a assistir diversas adaptações de um livro que gosta muito, você aprende que não há cem por cento de fidelidade com a obra original, até porque as linguagens são bem diferentes. No entanto, algumas mudanças no roteiro podem ocasionar alguns erros que por mais que pequenos, podem mudar um pouco (ou muito) o sentido da história. Algumas mudanças nesse filme não me agradaram, e por mais pequenas que possam parecer (como quando o pai de Cathy e Hindley retorna trás os presentes que os filhos pediram. Na história original, o pai volta apenas com Heathcliff), há algumas, em minha opinião, lamentáveis.
Todos conhecemos a personalidade de Cathy: selvagem, rebelde, mimada e egoísta. Merle Oberon encarnou um Cathy digníssima (é sério, às vezes da vontade de bater nela). Apenas um passagem, no limite que a versão abrange, me desagradou. Quando Cathy e Heathcliff vão a casa dos Lintons e espiam pela janela, Cathy ainda desconhece esse mundo de luxúria, é livre, selvagem. Bem, nessa parte, nossa Cathy de 1939 diz algumas palavras que estragam toda a coisa: que queria muito uma vida como aquela, que um dia viveria daquela forma. Para quem leu o livro sabe que não é bem assim...

Merle Oberon

As cenas da infância são bem exploradas e isso me agradou bastante, suas brincadeiras nas charnecas, a ligação entre os dois. A maior parte dos filmes passa por essa parte muito rapidamente, e às vezes não dá para captar sua essência.
Laurence também é um bom Heathcliff, muitos o consideram o melhor: para mim, à frente dele somente Ralph Fiennes e Tom Hardy - ainda que lhe falte um pouco de maldade. Merle, mesmo com alguns erros no roteiro, é a Cathy que mais se aproxima do livro em personalidade (pelo menos na parte de ser mimada e egoísta), uma interpretação que merece aplausos: às vezes mostra todo o seu amor por Heathcliff, mas em outras o trata tão mal...

Cathy e Heathcliff

O senhor Lockwood chega à Wuthering Heights: parte muito bem explorada

Nelly anuncia a volta de Heathcliff: existe melhor expressão que essa?

Cathy e Isabella Linton

Para quem gosta de clássicos essa versão é certeira. Ainda acredito que a versão de 1992 é a mais fiel e a de 2009 possui as melhores interpretações, mas a de 1939 (como todas as suas falhas) possui lugar em meu coração.

PS: Estou com uma fila de resenhas de "O Morro dos Ventos Uivantes": 1970, 1992, 1998 e 2011, postarei o mais rápido possível.






Trilha Sonora "O Morro dos Ventos Uivantes" (2009)

Já escrevi uma resenha sobre o filme aqui, mas hoje o assisti novamente e tive que fazer um post apenas para comentar sua trilha sonora. A responsável pela trilha é Ruth Barret, e ela merece muitos méritos. Para mim todo o filme é perfeito, mesmo que haja algumas mudanças em relação ao livro, ele capturou a essência da história. Toda essa perfeição não estaria completa se as melodias do filme não fossem tão boas. E quando digo boas, falo sério: cada música possui as notas perfeitas, transmitem toda a emoção, tudo o que a cena pede. Minhas melodias preferidas são "I Found Peace" e "Lovers", como já mencionei no outro post, mas todas são incríveis. Deixo abaixo:

Cathy's Theme

Without You - até arrepia

Playing On the Moors

She's a Savage - muito, muito boa!

Heathcliff's Revenge

Please Come Home - essa música é tão forte, me soa como o desespero de Heathcliff, possui um ar fasntasmagórico

"I Found Peace" - acaba com meu coração

"Lovers" - PERFEITA

Kids In Love

Let Me In Heathcliff

Não vou ficar elogiando a atuação de Tom Hardy nem sua química com Charlotte Riley, mas são perfeitas! Abraços e aproveitem as canções!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Resenha: Jane Eyre (1983)

A adaptação de 1983 é mais uma das que a BBC produziu: são onze episódios e Zelah Clarke e Timothy Dalton fazem os papéis principais. O roteiro é praticamente impecável e é o mais fiel à história que já assisti até hoje.

Zelah e Timothy

Começando pela infância de Jane, a série explorou muito bem os conflitos da personagem. É claro que uma minissérie, em alguns aspectos, não pode ser comparada a um filme, já que possui mais tempo para abranger mais pontos, por isso os filmes tendem a passar por essa fase bem mais depressa. O que me agradou muito foi que Jane não foi logo no começo mandada para Lowood: como no livro, ela fica um tempo ainda na casa de Mrs. Reed após o incidente no quarto vermelho e até o médico que cuidou dela nessa fase apareceu. Quando em Lowood, Mrs Temple também aparece, e há a cena em que muitas versões descartam, quando após Jane ser humilhada na famosa cena do banquinho, ela faz um investigação sobre as acusações. A atriz que interpreta Jane na infância é mediana, fez seu papel com dignidade: não é minha pequena Jane preferida, mas é válida. 


Podemos esperar cenas que não vemos na maioria das versões, como a despedida de Mrs. Temple após seu casamento e a inquietação de Jane após isso acontecer, o que a leva a colocar o anúncio. Nesse momento Zelah já assume seu papel e é uma Jane pequenina, simpática. Gosto de Zelah, ainda que já tenha visto muitas críticas por sua atuação, me agradou de certo modo: é contida em muitos momentos, mas há explosões de sentimentos em outros. 

Zelah Clarke

Já em Thornfield, alguns pontos me desagradaram. Gosto muito de Adele, então sempre me deleito com as escolhas das atrizes, mas nesse caso, não gostei, não. Algumas frases em francês, aparecendo de vez em quando e pronto: depois de um certo momento Adele simplesmente some.
 A cena em que Rochester cai do cavalo enquanto Jane está no caminho é sempre aguardada por mim, afinal é a primeira vez que ela e nós o vemos, e creio que muito da atuação do ator pode ser decifrada nesse momento. Bem, o que falar de Timothy? Sua atuação pode não ser a melhor, mas acredito que ele entendeu a essência do personagem. Brusco, grosseiro muitas vezes, mas com um entonação de voz deveras exagerada em alguns momentos. Foi a única coisa que realmente não gostei nele, o modo como algumas palavras foram pronunciadas me pareceram cômicas, mesmo em cenas dramáticas.
Mas por ter um exploração muito boa do livro, algumas partes que gosto muito, como a da cigana, que não é descartada, essa versão ganha muitos pontos. Foi a primeira Blanche Ingram morena que vi em várias adaptações, depois de tantas loiras e muito bem interpretada: orgulhosa, com olhares de superioridade.
Após o casamento frustado entre Jane e Rochester e da descoberta de Bertha, há uma cena que gosto demais, quando Jane sai pela primeira vez do quarto e Edward a está esperando na porta: muitas versões cortam isso, e eu acho uma cena belíssima.


Outro ponto positivo: a estadia na casa dos Rivers é muito bem explorada. Muito bem mesmo, com uma fidelidade quase total. St. John é muito bem interpretado e tem aquele ar frio que tanto repugna Jane quando este a propõe em casamento. Há todo o caso, desde quando Jane oculta seu nome até quando é descoberta e recebe sua herança, tudo muito fiel ao livro. Gosto da interpretação de Zelah nessa parte, sua animação, seus conflitos.
A parte final mantém toda a fidelidade que a série toda manteve, me agradou muito também. É a versão mais fiel que assisti até hoje, com certeza. Minhas atuações preferidas são a de Toby e Ruth, mas o melhor roteiro é dessa (ainda preciso assistir a versão de 1973 que é muito elogiada). O par principal merece méritos, logicamente, mas uma adaptação com esse roteiro e a interpretação de 2006 seria perfeita!

Abraços e até a próxima!

sábado, 24 de janeiro de 2015

Livro "Agnes Grey" de Anne Brontë

Anne Brontë é a mais nova das irmãs e escreveu dois romances: Agnes Grey e A moradora de Wildfell Hall. A versão de Agnes Grey que li foi editada com o título de "A preceptora" e é da Clube do Livro.
"Agnes Grey" é um livro um tanto singelo, mas com um crítica: o trabalho das preceptoras e seus desafios na casa de famílias abastadas. Não encontramos o mistério presente na obra de suas irmãs, paixões desenfreadas como em "Wuthering Heights" ou o ar gótico presente em "Jane Eyre". Porém há muito de Anne em Agnes: ambas foram preceptoras por não quererem ser um fardo para seus pais, Anne gostava muito de desenhar, talento que emprestou a irmã de Agnes, Mary Grey.
A personagem título, após problemas financeiros que abatem sua família, cujo pai - um pobre pároco - resolve investir o pouco que possui em um negócio que não dá certo, decide partir, se tornando uma preceptora na casa de Mr. e Mrs. Bloomfield na propriedade de Wellwood. Ela acredita que seus princípios morais possam ser compartilhados com seus alunos, e qual não é a sua decepção quando se vê em uma casa onde seu trabalho não é reconhecido e a maioria dos problemas que abatem as crianças é vista como culpada. Não há ajuda dos pais: ela não pode repreendê-los severamente, já que tampouco os púpilos a obedecem. Sua primeira tentativa é frustada, e como Mrs. Bloomfield acredita que seus filhos são bons e Agnes é quem exerce má influência, é dispensada. Após algum tempo consegue um novo emprego na propriedade dos Murray, onde conhece o pároco Edward Weston nas redondezas.

A obra nada mais é que uma crítica à vida das preceptoras e o descaso que sofriam. É algo gritante: seu isolamento, sua estagnação. Sempre que recordo "Agnes Grey" me vem à mente "Jane Eyre". A situação inicial é diferente (Jane é orfã), assim como todo o enredo, mas Jane parte para Thornfield Hall como preceptora. É engraçado comparar os tratamentos distintos que recebem: Jane é acolhida com simpatia por Mrs, Fairfax, assim como constrói uma boa relação com sua púpila Adéle. Agnes ao contrário enfrenta todos os tipos de contrariedades, principalmente na primeira residência em que prestou serviços (vale ressaltar que enquanto Jane possuía apenas uma aluna, Agnes contava com vários, e também não havia nenhum Edward Rochester...). Entrando na questão do romance, Agnes não se apaixona por nenhum homem misterioso, vingativo, obscuro (leia: Heathcliff e Mr. Rochester), mas por um pároco, Edward Weston, bondoso e amável. Entretanto ela crê que ele possui afeição por uma de suas belas púpilas, Rosalie Murray.
Gosto muito dos cenários que Agnes descreve, Para falar a verdade, um dos mais belos que já imaginei, as passagens em que descreve a natureza do lugar são belíssimas.
Foi um livro que li em apenas dois dias, mas que me encantou muito. Gostei de sua sutileza que esconde uma crítica muito válida. Adoro Agnes, e mesmo preferindo a selvagem e mimada Cathy e a força de espírito de Jane, ela me é muito querida.

PS: Ainda não li o outro livro de Anne, "A moradora de Wildfell Hall, mas já estou providenciando. Estou para assistir também a versão em minissérie que a BBC fez do livro, que conta com ninguém mais ninguém menos que Toby Stephens, meu Rochester preferido!

Beijos e boas leituras!

Resenha: Jane Eyre (1996)

A versão de hoje é a de 1996, com direção de Franco Zeffirelli. Charlotte Gainsbourg e William Hurt fazem os papéis principais. Não há uma versão de "Jane Eyre" que eu tenha assistido até hoje que tenha odiado. Sempre há uma parte que gosto mais em uma, outra que gosto mais em outra e assim por diante. Tenho um caso de amor e ódio com a versão de 1996: algumas coisas me agradam, alguns cortes acho imperdoáveis.
ATENÇÃO: HÁ SPOILERS

Charlotte e William (essa imagem é a capa da edição do livro "Jane Eyre" pela editora Paz e Terra)

Já li muitas críticas contra o Rochester de William Hurt. Quando assisti o filme pela primeira vez e era a segunda versão que havia assistido de "Jane Eyre", eu gostei. Como só conhecia o Rochester de Michael Fassbender e não havia muito para comparar, achava os dois no mesmo nível (ressaltando que depois de assistir várias vezes a versão de 2011, acho que Michael é um Rochester melhor que Hurt). Após começar a procurar ver todas as versões possíveis do livro e compará-las entre si voltei a versão de 1996, e quanta diferença!
Anna Paquin está muito bem interpretando Jane quando pequena e também gostei da escolha da atriz que interpreta Helen Burns. Geralmente gosto das atrizes mirins, elas conseguem traduzir bem os conflitos de Jane. Mesmo que a maioria dos filmes torne essa passagem muito rápida, sintetizam relativamente bem. Nessa versão há Mrs. Temple, o que me agrada muito.

Anna Paquin

Não acho que Hurt seja um Rochester detestável, mas está longe de ser o melhor (para mim, Toby Stephens). O problema, e eu já vi este tipo de dedução em vários sites, é que ele parece um bêbado deprimido, sempre com aquele copo de bebida em situações desnecessárias. Acho que ele não entendeu muito bem o que o personagem pedia.
Charlotte às vezes me agrada, outras não. Pra falar a verdade a única coisa que não gosto nela é aquela maneira de falar, aquele sotaque estranho. Mas como personalidade, uma Jane contida, que guarda suas emoções.
Vamos aos erros imperdoáveis: a cena que mais aguardo é a cena do pedido de casamento. É o ponto em que dá para perceber se a escolha dos atores foi primorosa, afinal é uma das partes em que os sentimentos estão à flor da pele. Nessa versão tudo é frio demais, não há sentimento, e Jane o chama de estúpido (?). Eu sei que não há cem por cento de compatibilidade com o livro, mas qual o motivo de uma fala assim? Acaba com toda a coisa!
Outro erro que não suporto é quando Jane foge: Thornfield já está pegando fogo quando ela vai embora e a carruagem já para na casa dos Rivers e ela desmaia (?). Eu não sei o que acontece, mas muitas versões ignoram o fato de Jane perambular por vários dias antes de ser encontrada por St. John. Qual o problema com isso?
A versão de 1996 peca nesses pontos: a atuação de Hurt, as omissões - e acréscimos - na parte em que Jane conhece os Rivers (aqui St. John cuida das finanças de Mrs. Reed) e a falta de sentimento. Não é a minha versão preferida, nem de longe, mas aqui no Brasil creio ser uma das mais conhecidas.

Jane retorna
Uma cena que espero sempre é quando Jane retorna, amo de paixão. Infelizmente muitas versões não mostram Jane e Rochester com seus filhos, felizes, nem falam que ele recupera a visão de um dos olhos, mas aqui há uma breve fala de Jane relatando os acontecimentos. Me lembro de ter visto essa cena (não só comentada) só nas versões de 2006 e 1997. 
Para quem é fã de Jane Eyre e quer assistir todas as versões, recomendo. Para quem quer o máximo de fidelidade, recomendo as séries da BBC de 1973, 1983 e 2006.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Livro "Jane Eyre" Ilustrado

Encontrei por acaso uma edição de "Jane Eyre" ilustrada por Santiago Caruso, é encantadora, vejam:


A edição é da editora The Folio Society
O primeiro encontro entre Jane e Rochester

Jane e St John

O quarto vermelho

o banquinho icônico

Jane após a fuga de Thornfield Hall

O livro é encontrado no site da editora, com informações a respeito da criação das ilustrações. Adorei!

          

Jana Eyrová - Československo (1972)

Sempre procuro por versões de "Jane Eyre" e como a obra é uma das mais adaptadas da história sempre me deparo com versões que não tinha conhecimento. A minissérie feita para a TV da Tchecoslováquia (Československo) foi produzida em 1972 e conta com Marta Vančurová (Jane) e Jan Kačer (Mr. Rochester) nos papéis principais.

Marta Vančurová (Jane) e Jan Kačer (Mr. Rochester)

Infelizmente não consegui encontrar a minissérie completa, o que não me admira. As únicas coisas que consegui encontrar foram várias fotografias, informações gerais e alguns vídeos no Youtube, que deixarei aqui no post. Em uma visão superficial, já que não possuo material suficiente para a resenha, Marta Vančurová é muito bonita para ser Jane, não acham? Fui com a cara de Jan Kačer, e vendo os vídeos no Youtube, fiquei curiosa para ver a série completa. Vou continuar procurando.
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Marta Vančurová

Marta Vančurová

Marta Vančurová e Jan Kačer

Os vídeos que encontrei foram estes. Estão legendados em inglês, mas para quem domina a língua ou conhece a história de cabo a rabo, não existem problemas:



Por enquanto vou aproveitar o que encontrei. Eu gostei da interpretação dos atores, é interessante ver minhas falas preferidas em uma língua que não seja inglês. Vale como curiosidade. Ah, recentemente vi algumas informações de uma versão de "Jane Eyre" que foi lançada em Sri Lanka! Vou procurar e trago para vocês! Abraço e boas leituras (e adaptações).