sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Resenha: Jane Eyre (2011)

A versão de 2011 é a mais recente versão cinematográfica de "Jane Eyre", e conta com Michael Fassbender e Mia Wasikowska nos papéis principais.

Mia e Michael - uma das cenas mais bonitas do filme

A versão mais antiga de "Jane Eyre" que assisti foi a de 1934, e de lá pra cá, quanta diferença! Alta qualidade é o que há. A fotografia do filme é belíssima, os cenários impecáveis e o diretor usou muito os ambientes à luz de velas, o que deu aquele ar meio gótico, misterioso que a história pede.
A idade dos atores segue mais ou menos a linha do livro, o que é uma ponto positivo.já que Jane era muito jovem quando foi para Thornfield Hall e essa peculiaridade não pode ser descartada (vide Jane Eyre 1970).
Mia nos entrega uma Jane extremamente quieta. Isso me causou certa estranheza, mas analisando bem, acredito que sua atuação foi primorosa. Creio que a estranheza inicial se deve ao fato de que quando lemos o livro, temos contato com todos os sentimentos, pensamentos e ações da personagem, o que pode dar a impressão que ela fala sempre. Só pela expressão facial ela consegue transpor os conflitos internos de Jane, o que é muito interessante. Sua atuação diverge de outras que já assisti, como Ruth Wilson e Zelah Clarke (havia momentos em que a Jane de Zelah tinha uma explosão de sentimentos, outros em que era recatada).

Adoro as expressões faciais e o olhar profundo da personagem

Edward Rochester é um dos meus personagens literários preferidos então sempre me atento a atuação do ator e também há a questão física, que para mim é importante: Rochester possui cabelos negros, sobrancelhas espessas e é feio. Michael não é, nem de longe, um homem feio. Tanto que em uma das cenas do filme, quando Jane diz à ele que não o acha bonito, soa cômico (aliás Mia é belíssima, uma boneca - mas ela compensa isso). Michael fez um Rochester peculiar, e gostei muito de sua atuação. Mesmo sendo muito bonito para o papel, ele compensou isso com uma rudeza especial. As primeiras conversações entre Jane e ele foram muito belas (o cenário à luz de velas foi encantador), e ele deixa claro alguns aspectos da personalidade de Rochester. Como o formato cinematográfico possui menos tempo, o personagem não foi cem por cento trabalhado, mas no limite do filme a interpretação foi muito boa.
Muito feio

Há algumas omissões que eu não aprovei, como a origem de Adéle, que foi ignorada e é uma parte importante pois é por ela que Jane vai à Thornfield. De resto, algumas passagens são bem rápidas e Grace Poole não é presença constante, o que pode ocasionar uma má interpretação do conflito que envolve Bertha ao público que não leu o livro.
Minha cena preferida, a do casamento, foi um dos ápices do filme: um cenário lindo e aqueles sentimentos à flor da pele que os fãs já estão acostumados. É sempre muito interessante comparar essa cena nos filmes, já que cada atriz apresenta uma reação diferente: Zelah me pareceu muito calma (?), Charlotte fria, Ruth muito emocionada (foi minha cena preferida) e Mia um pouco indignada e incrédula no começo (adorei!). A atuação do ator que interpreta Rochester também é muito importante (gente essa cena é incrível!) e Michael fez bem seu papel.
O ponto alto da atuação de Mia foi após o pedido de casamento, em cenas belíssimas em que ela soube demonstrar muito bem alguns momentos de insegurança de Jane.




Após o casamento frustado, há a cena que também aguardo muito e que se não descartada, é muito mal explorada, quando Jane decide partir: foi a melhor até agora, incrível, incrível.


O filme é um flashback então já começa quando Jane fugiu e suas lembranças retornam. A infância da personagem é bem rápida mas digna, a atriz que interpretou Jane quando pequena é muito boa (Amelia Clarkson), e Helens Burns também foi bem interpretada. Destaque para St. John Rivers, Jamie Bell está incrível e mantém aquela personalidade fria do personagem.


Essa versão foi a primeira que assisti logo após terminar de ler o livro, então tenho um carinho por ela.



Um comentário:

  1. Estou procurando desesperadamente a música que toca no finalzinho do filme de 2009. É na cena em que Catherine e Hareton saem de mãos dadas do Morro, onde aparecem também os fantasmas de Cathy E Heatcliff. Poderia me dizer que música é esta?

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