Laurence Olivier e Merle Oberon
Quando você começa a assistir diversas adaptações de um livro que gosta muito, você aprende que não há cem por cento de fidelidade com a obra original, até porque as linguagens são bem diferentes. No entanto, algumas mudanças no roteiro podem ocasionar alguns erros que por mais que pequenos, podem mudar um pouco (ou muito) o sentido da história. Algumas mudanças nesse filme não me agradaram, e por mais pequenas que possam parecer (como quando o pai de Cathy e Hindley retorna trás os presentes que os filhos pediram. Na história original, o pai volta apenas com Heathcliff), há algumas, em minha opinião, lamentáveis.
Todos conhecemos a personalidade de Cathy: selvagem, rebelde, mimada e egoísta. Merle Oberon encarnou um Cathy digníssima (é sério, às vezes da vontade de bater nela). Apenas um passagem, no limite que a versão abrange, me desagradou. Quando Cathy e Heathcliff vão a casa dos Lintons e espiam pela janela, Cathy ainda desconhece esse mundo de luxúria, é livre, selvagem. Bem, nessa parte, nossa Cathy de 1939 diz algumas palavras que estragam toda a coisa: que queria muito uma vida como aquela, que um dia viveria daquela forma. Para quem leu o livro sabe que não é bem assim...
Merle Oberon
As cenas da infância são bem exploradas e isso me agradou bastante, suas brincadeiras nas charnecas, a ligação entre os dois. A maior parte dos filmes passa por essa parte muito rapidamente, e às vezes não dá para captar sua essência.
Laurence também é um bom Heathcliff, muitos o consideram o melhor: para mim, à frente dele somente Ralph Fiennes e Tom Hardy - ainda que lhe falte um pouco de maldade. Merle, mesmo com alguns erros no roteiro, é a Cathy que mais se aproxima do livro em personalidade (pelo menos na parte de ser mimada e egoísta), uma interpretação que merece aplausos: às vezes mostra todo o seu amor por Heathcliff, mas em outras o trata tão mal...
Cathy e Heathcliff
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Cathy e Isabella Linton
Para quem gosta de clássicos essa versão é certeira. Ainda acredito que a versão de 1992 é a mais fiel e a de 2009 possui as melhores interpretações, mas a de 1939 (como todas as suas falhas) possui lugar em meu coração.
PS: Estou com uma fila de resenhas de "O Morro dos Ventos Uivantes": 1970, 1992, 1998 e 2011, postarei o mais rápido possível.
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